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Fonte: CPADNEWS – 16/09/2019 – Ciro Sanches Zibordi
Em 1 Timóteo 4.16, o principal expoente do cristianismo depois do Senhor Jesus aconselha: “Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina; persevera nestas coisas; porque, fazendo isto, te salvarás, tanto a ti mesmo como aos que te ouvem”. Sabemos que somos limitados, frágeis. Não existem supercrentes. Precisamos cuidar de nossa vida, em todos os sentidos, para também podermos ter cuidado da doutrina.
Muitos começam bem, mas não perseveram. Devemos, dia após dia, ter cuidado de nós mesmos e também da doutrina. Mas temos sabido, perplexos, de casos de suicídio de pastores. Neste artigo, a partir desse conselho da Palavra de Deus por meio do apóstolo Paulo, abordarei a perigosa síndrome de burnout, que tem acometido muitos pastores, a qual tem levado muitas pessoas ao suicídio.
O que é a síndrome de burnout?
O termo “síndrome” (gr. syndrome, “concurso”, “reunião tumultuosa”) designa um conjunto de sintomas, que podem ser físicos, psíquicos, de comportamento etc. De acordo com a medicina, trata-se do conjunto de sinais e sintomas observáveis em vários processos patológicos diferentes e sem causa específica.
Em inglês, burnout é uma expressão formada por: burn (queimar) e out (fora). A união desses termos significa: “ser consumido pelo fogo”, “esgotar-se”, “ter o combustível todo consumido”. Uma ilustração para isso é o fósforo ou a vela se apagando. Outra: o combustível de um tanque que se esvazia. Síndrome de burnout designa a síndrome decorrente da exaustão emocional humana; ou seja, uma condição em que a pessoa tem suas energias consumidas.
Burnout é uma síndrome depressiva, um estado de estresse extremo que pode levar ao suicídio. Estresse pode ser comparado a um elástico esticado, mas, no caso da síndrome de burnout, esse elástico se estica, mas não volta ao normal; perde-se a elasticidade. Essa síndrome, relacionada especialmente com o esgotamento profissional, também é conhecida, em espanhol, como síndrome de quemarse por el trabajo. Trata-se de um distúrbio psíquico descrito em 1974, nos EUA, por um psicólogo judeu nascido na Alemanha: Herbert J. Freudenberger. Sua principal característica é o estado de tensão emocional e estresse crônicos provocados por condições de trabalho físicas, emocionais e psicológicas desgastantes.
Quais são as profissões mais sujeitas ao burnout? Essa síndrome se manifesta especialmente em pessoas cuja profissão exige envolvimento interpessoal direto e intenso, das áreas de educação, saúde, assistência social, recursos humanos, bem como agentes penitenciários, bombeiros, policiais e mulheres que enfrentam dupla jornada etc., além dos pastores, em evidência neste artigo.
Há três tipos de esgotamento associados à síndrome de burnout. O primeiro é o físico, que consiste em baixa produtividade, fadiga crônica, fraqueza, cansaço, propensão a acidentes, aumento na suscetibilidade a enfermidades, enxaquecas frequentes, náuseas, tensão muscular e mudanças globais nos hábitos alimentares e de sono.
O segundo tipo é o emocional, que diz respeito a sentimentos de depressão, desesperança, impotência; perda dos mecanismos de luta e controle; tendência a exageros; sentir-se emocionalmente depauperado, irritável, nervoso. E o terceiro é o mental, que abarca desenvolvimento de atitudes negativas em relação ao trabalho, à vida e a si próprio; baixa autoestima; sentimentos de inadequabilidade, inferioridade e incompetência; desenvolvimento de atitudes negativas e pejorativas voltadas aos colegas de trabalho.
Principais sintomas do burnout
São muitos os sintomas de ordem física: dor de cabeça constante; enxaqueca; cansaço (pessoa já levanta da cama cansada); sudorese; palpitação (batimento acelerado ou irregular do coração); pressão alta (afeta órgãos vitais); dores musculares (parece que a pessoa levou uma surra); insônia; vulnerabilidade a enfermidades etc.
Os sintomas mais evidentes são de ordem comportamental: apatia, ira, ressentimento, desilusão, cinismo, pessimismo e baixa autoestima frequentes. Estes se manifestam por meio de atitudes, como: aversão aos membros da congregação, acusando-os por problemas pessoais; rígida resistência a mudanças; não envolvimento com os membros da congregação; afastamento dos outros; retração em si mesmo; isolamento; fuga aos contatos sociais com os membros da congregação.
Há muitos outros sintomas: enfado, frustração, perda de entusiasmo; ausência do gabinete pastoral e do trabalho diário; mudanças de igrejas (mudança de emprego); aumento dos conflitos matrimoniais e familiares; mau humor às expensas dos outros; mudanças bruscas de humor; irritabilidade; agressividade; dificuldade de concentração; lapsos de memória constantes; perda da flexibilidade emocional e da capacidade de relaxar e planejar; ansiedade; e depressão, que resulta em falta de vontade de viver e propensão ao suicídio.
Males do esgotamento pastoral
Na mídia, fala-se muito do burnout empresarial (no âmbito profissional), causado pela exploração por parte do empregador. A falta de respeito e dignidade com que é tratado o trabalhador, somado ao baixo investimento pelas empresas com o objetivo de proporcionar ao empregado um ambiente laboral equilibrado e saudável tem sido um importante fator desencadeante dessa síndrome. Isso principalmente quando a pessoa é exposta a uma alta carga de estresse emocional, o que produz um processo de sofrimento com consequências na sua saúde mental.
Ainda se fala pouco sobre o perigoso burnout ou esgotamento pastoral, isto é, na esfera eclesiástica. Mas temos ouvido falar de pastores cometendo suicídio, inclusive no Brasil. Nos Estados Unidos, membros do clericalismo estão sofrendo mais que a maioria dos americanos de obesidade, hipertensão e depressão, outra realidade, mas lança luz sobre nossas necessidades.
Em 2010, uma pesquisa sobre esgotamento pastoral — feita pelo Pastor Burnout Statistics, publicada no New York Times (1/8/2010) — alarmou as igrejas norte-americanas. Constatou-se que, nas últimas décadas, tem aumentado nesse grupo o uso de antidepressivos, enquanto sua expectativa de vida tem caído. Muitos trocariam de trabalho se pudessem. Os dados dessa pesquisa são os seguintes, acompanhados de algumas notas deste articulista.
13% dos pastores em atividade estão divorciados. O que causa o divórcio? Ninguém pensa em divorciar-se quando casa. Há vários fatores, e um deles é a vida estressante. 23% dos pastores deixaram ou foram pressionados a deixar suas igrejas pelo menos uma vez em suas carreiras. Sentem-se altamente pressionados. 25% deles não sabem a quem procurar quando têm um conflito familiar, pessoal ou outra questão qualquer, a despeito dos milhares de amigos nas redes sociais. Na era da interatividade, nos contentamos com milhares de amigos virtuais, com quem não podemos contar.
25% das esposas de pastores veem o horário de trabalho do marido como uma fonte de conflito. Quanto tempo temos passado na igreja? 33% dos pastores sofrem com síndrome do burnout dentro de seus primeiros cinco anos de ministério. 33% deles dizem que estar no ministério é um perigo para sua família. Pensemos em nossa realidade: violência, perigos nas estradas, falta de cuidado com a saúde etc.
40% dos pastores e 47% dos seus cônjuges sofrem de estresse devido aos horários frenéticos, e/ou expectativas irrealistas que pesam sobre eles. 45% das esposas de pastores dizem que o maior perigo para eles e suas famílias é físico, emocional, mental, espiritual e burnout. 45% dos pastores dizem que eles já experimentaram depressão ou esgotamento físico quando precisavam tirar um líder de seu ministério.
50% sentem-se incapazes de atender às necessidades do trabalho. Temos a tendência de espiritualizar tudo, mas devemos levar a sério o sentimento das pessoas. 52% dos pastores dizem que eles e seus cônjuges acreditam que estar no ministério pastoral é perigoso para o bem-estar de sua família e de sua saúde. 56% das esposas de pastores dizem que seus maridos não têm amigos íntimos. Às vezes, nos isolamos para ter mais privacidade; mas isso também ocorre por falta de amigos de verdade. 57% deixaria o pastorado se eles tivessem outro lugar para ir ou alguma outra vocação/profissão para se sustentar.
70% não têm amigos íntimos. Richard D. Dobbins menciona, em O Pastor Pentecostal, livro da CPAD (TRASK, 1999), o caso de um pastor solitário que resolveu visitar o confessionário de uma igrejinha católica do interior dos EUA para poder se abrir com alguém que não zombasse de sua condição. 75% relataram sobre o burnout causando angústia, preocupação, perplexidade, raiva, depressão, medo e alienação.
80% dos pastores dizem que não têm tempo suficiente com seu cônjuge. 80% acreditam que o ministério pastoral afeta negativamente suas famílias. 90% não se sentem qualificados ou preparados para o ministério. 90% trabalham mais de 50 horas por semana. 94% vivem sob pressão para poder ter uma família perfeita. Grande é a pressão sobre os pastores, que são humanos e falhos. 1.500 pastores deixam seus ministérios a cada mês devido a canseira, fatiga, estresses, problemas de saúde e conflitos ou falha moral.
Burnout pastoral começa com estresse
Esgotamento pastoral é causado pelo estresse. “As taxas de suicídio, divórcio, alcoolismo, depressão, ataque do coração e outras doenças relacionadas ao estresse são hoje significativamente mais altas entre a classe clerical. As taxas de abandono e aposentadorias precoces também são altas” (TRASK, 1999).
O que é o estresse? Esse termo (ing. stress) era originalmente próprio da física ou da engenharia. Referia-se a uma força severa colocada sobre um edifício ou uma ponte. A meta era construir uma estrutura forte o bastante para resistir o máximo de estresse.
Quais são as fontes de estresse? De modo geral, medo, ansiedade, raiva, hostilidade, culpa e necessidade exagerada de ser querido e aceito pelos outros são os principais agentes do estresse na vida do obreiro. Mas também as expectativas irreais sobre a natureza do ministério, pois muitos entram no ministério, e este não entra neles.
A vida em si é estressante; muitos de nós vivemos em cidades de alta tensão, onde a vida é agitadíssima. Outra fonte: sobrecarga de informações e mudanças rápidas; os modernos meios de transporte e os métodos de comunicação estão encolhendo nosso mundo na proverbial “aldeia global”.
Sexo, violência e comprometimento moral, nesses tempos difíceis, trabalhosos (2 Tm 3.1-5), bem como as tensões no mundo de nossos filhos — colegas de nossos filhos fazem crescente pressão para que eles se amoldem ao mundo (Rm 12.1,2) — são outras fontes de estresse. Mas há também fatores ligados a forças espirituais (cf. 1 Pe 5.8,9; Ef 4.27; 6.11; 2 Tm 2.26) e ao pecado (Tg 1.14).
Como vencer o burnout pastoral e como evitá-lo?
Como vencer a síndrome de burnout? Primeiro, o pastor acometido desse mal deve se convencer ou se conscientizar de que está esgotado; muitos não querem admitir que estão enfermos. Segundo, obedecendo às recomendações dos especialistas, é preciso praticar exercícios físicos e desfrutar de momentos de descontração e lazer. Não se deve usar a falta de tempo como desculpa para não praticar exercícios físicos e não desfrutar momentos de descontração e lazer.
Mudanças no estilo de vida podem ser a melhor forma de prevenir ou tratar a síndrome de burnout. Ficar sentado prejudica o cérebro; estudos mostram que é importante levantar-se a cada 30 minutos. Outrossim, é importante fazermos uma avaliação da nossa vida e procurarmos ajuda de um profissional, se necessário. O tratamento dessa síndrome geralmente inclui o uso de antidepressivos e psicoterapia.
Temos muita dificuldade em procurar ajuda, pois admiramos pessoas aparentemente autossuficientes e impomos sobre nós mesmos ser desse jeito. Repetimos que somos vencedores e resistimos pedir ajuda. A vulnerabilidade envolvida em expor aos outros a dor pessoal é extremamente ameaçadora ao senso de individualidade da pessoa.
Enfrentamos maiores dificuldades em buscar ajuda que os incrédulos. Tememos o que nossos colegas de ministério vão pensar sobre nós. Proteger a imagem pastoral é o principal fator na criação da impostura que torna a vida do ministro e de sua família artificial, isolada, solitária e dolorosa. Vivemos muitas vezes de aparências, embora sejamos exortados a ser transparentes (1 Jo 1.7-9; Tg 5.16).
É fundamental para o ministro que deseja evitar o esgotamento saber priorizar. Se não atentarmos para o que é prioritário, vamos nos estressar com coisas secundárias. “Manter as prioridades em sua devida ordem é um dos maiores desafios que o pastor enfrenta” (Thomas E. Trask, O Pastor Pentecostal).
Prioridade é a condição do que é o primeiro em tempo, ordem, dignidade; preferência, primazia. A condição do que está em primeiro lugar em importância, urgência, necessidade, premência etc. Priorizar não significa dar atenção apenas ao que é mais urgente, em detrimento do mais importante. Priorizar também não significa dar atenção apenas ao mais importante, em detrimento do menos importante.
Quais são as prioridades do ministro e como cumpri-las de modo equilibrado? De acordo com a Palavra de Deus, nossas prioridades são as seguintes: Deus, sem deixar de dar atenção à família e ao ministério (1 Tm 4.8; Mt 10.37; 2 Cr 15.16; 1 Sm 2.29); família, o que abarca cônjuge e filhos, sem deixar de dar atenção a Deus e ao ministério (cf. 1 Tm 3.4,5; 5.8); e o ministério, sem deixar de dar atenção a Deus e à família (cf. 1 Tm 4.16; 2 Tm 4.5,7,8; 1 Co 15.58).
A saúde espiritual, emocional e física do ministro é o recurso mais vital de sua vida e vocação. Como manter-se saudável em todos os sentidos?
Separe sua vida com Deus do seu trabalho para Deus. Uma das maiores tentações do ministro é concentrar-se na obra, e não em sua vida com Deus; fazemos isso, muitas vezes, porque é o nosso trabalho que as pessoas notam. Vida devocional é prioritária. O ataque espiritual do Inimigo só pode ser resolvido em solo espiritual. O ministro deve ser alguém de oração, dedicado ao estudo constante da Palavra e determinado a viver de acordo com as verdades de Deus.
Essa disciplina pessoal e as orações da igreja protegerão o servo de Deus do esmagador estresse demoníaco. O tempo gasto no estudo da Bíblia para pregar e na oração em seu papel como ministro não deve ser considerado parte de seu devocional. O ministro pode ser um fracasso pessoal ao mesmo tempo que é um sucesso ministerial. O segredo da oração é a oração em segredo (cf. Mt 6). O sucesso na vida com o Senhor nos mantém humildes em face dos sucessos e nos animam quando errarmos em nosso trabalho.
Desenvolva o hábito de leitura devocional da Bíblia e de bons livros. Leia a Bíblia diariamente. Leia bons livros; muitas vezes lemos apenas os materiais diretamente relacionados com o nosso trabalho; é importante ler outros livros.
Dedique-se à oração particular. Oração é muito mais do que o estereótipo de pedidos intercalados entre dois agradecimentos. Abrange ampla gama de formas de expressão. Oração não é meditação; servimos a um Deus pessoal; ele não é uma força impessoal presente na natureza (panteísmo). Oração não é monólogo, ainda que, segundo a linguística, o monólogo seja dialógico, pois, quando alguém fala consigo mesmo ou dirigindo-se a uma plateia, existe o que fala e o que ouve.
Oração também é mais que meditação e diálogo; é uma conversa. À luz da análise da conversação, um segmento da linguística, para que haja uma conversa são necessários, pelo menos, dois interlocutores (Jr 29.13; 33.3). Além disso, deve haver trocas de turnos, pois há interação entre os falantes. Isso se aplica à oração (Jr 33.3). Deus responde pela Palavra (Sl 119.105). Por meio dos dons espirituais (1 Co 12.1-7). Por meio de sonhos (Gn 28.10-17).
Ore com sua família. Os períodos de oração do casal, em especial, não precisam ser longos, mas devem ser regulares. Nossos filhos precisam nos ouvir orando por eles.
Pratique exercícios físicos e tenha cuidado com a alimentação. Alguns ministros pensam que o exercício físico é um desperdício de tempo. Se nossos corpos são o templo do Espírito (1 Co 6.19,20), a boa mordomia do corpo é nossa responsabilidade. Consulte o médico antes de começar qualquer exercício vigoroso. É necessário mudar o estilo de vida; diminua drasticamente a quantidade de açúcar; corte o refrigerante.
Não tenha receio de delegar atividades. Isso implica transferir boa parte do processo de tomada de decisões aos membros do corpo.
Mantenha um atitude positiva em relação à vida. Não permitamos que frustrações do passado nos dominem. O modo como escolhemos ver os fatos de nossa história pessoal é a única maneira honesta que esses fatos podem ser vistos. Sofremos muito mais por causa do passado, que não podemos mudar — nossas lembranças podem ser editadas pelo poder destrutivo do Inimigo ou pela graça redentora de Deus (Gn 50.20; Fp 4.8).
Guarde sua fé. O apóstolo Paulo teve muitas desilusões, mas não perdeu a fé. Ele se sentia só, mas não desamparado (2 Tm 4.7-20).
Fonte: http://www.cpadnews.com.br/blog/cirozibordi/apolog%C3%83%C2%A9tica-crist%C3%83%C2%A3/231/suicidio-de-pastores-e-sindrome-de-burnout.html
O Autor
Ciro Sanches Zibordi é pastor, escritor, membro da Casa de Letras Emílio Conde e da Academia Evangélica de Letras do Brasil. Autor do best-seller “Erros que os pregadores devem evitar” e das obras “Mais erros que os pregadores devem evitar”, “Erros que os adoradores devem evitar”, “Evangelhos que Paulo jamais pregaria”, “Adolescentes S/A” e “Perguntas intrigantes que os jovens costumam fazer”, todos títulos da CPAD. É ainda co-autor da obra “Teologia Sistemática Pentecostal”, também da CPAD.
REFERÊNCIAS
CARR, Nicholas. A Geração Superficial: o que a Internet está fazendo com os nossos cérebros. 1. ed. Rio de Janeiro: Agir, 2011.
GOLEMAN, Daniel. Foco: a atenção e seu papel fundamental para o sucesso. 1. ed. Rio de Janeiro: Objetiva, 2014.
TRASK, Thomas E. et al. O Pastor Pentecostal. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1999.