Hoje em nossos dias nos preocupamos muito em dar aos nossos filhos aquilo que nós não tivemos. Pensamos em fazer deles aquilo que não conseguimos ser. Por isso, então, não medimos esforços em dar uma escola melhor, uma melhor alimentação, brinquedos, roupas melhores, celulares e etc.
Muitos pais verdadeiramente se endividam para dar aos filhos o que não tiveram; mas será que essa preocupação deveria ser o centro das preocupações dos pais? Será que não estariam deixando “algo para trás” ou dando maior atenção a algumas coisas e não priorizando a mais importante?
Neste contexto quero vos lembrar de algo que deve ser nossa prioridade como pais, como meta mais importante em encucar na vida dos nossos filhos, eles conhecer ao Senhor e terem uma vida espiritual ativa, serem cheios do Espírito Santo. Por quê? Mas, e as outras coisas? Não são importantes? São, mais bem menos importante. Olhemos o que Jesus ensinou em Mt.16:26 a – “Pois que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder a sua alma?”
Não adianta enchermos nossos filhos de coisas, eles vencerem na vida, serem médicos, advogados, engenheiros e etc, mas se perderem a fé e não servirem ao Senhor, todo nosso esforço e suor foram em vão.
Por isso que Moisés divinamente inspirado a 4 mil anos atrás instruiu os filhos de Israel a fazerem o que chamamos em nossos dias o “Culto Doméstico” – Dt. 6:6 – “E estas palavras que hoje te ordeno estarão no teu coração; (vers. 7) e as intimarás a teus filhos e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te, e levantando-te”. Por que esta instrução? A resposta está nos versos seguintes Dt.6:10 – “Havendo-te, pois, o Senhor, teu Deus, introduzido na terra que jurou a teus pais… e, quando comeres e te fartares, (vers. 12) guarda-te e que te não esqueças do Senhor, que te tirou da terra do Egito, da casa da servidão”.
As pessoas naturalmente se esquecem do Senhor. O vírus, não do convid19, mas sim da prosperidade (eu tenho que ter as coisas afinal sou servo de Deus e em sua palavra diz que eu comeria o melhor desta terra) das distrações das redes sociais, das series e filmes da Netflix, do politicamente correto ou da normalização do pecado (hoje, o que é pecado para o Senhor, para muitos dentro da igreja já não é mais); amortece os sentidos e provoca a amnesia espiritual. A maior ameaça dessa enfermidade é a sutileza com que contamina.
Quem iria imaginar que os filhos e netos da comunidade que passou pelo mar vermelho em pés secos, que foram sustentados pelo Senhor por 40 anos, abandonariam o Senhor? O povo de Israel esqueceu-se do seu Deus no decorrer de uma geração. Em Juízes 2 registra que aquela geração que vira todos os feitos grandiosos de Deus em favor de Israel, mas “outra geração após eles se levantou, que não conhecia o Senhor, nem tampouco as obras que fizera a Israel” – Jz. 2:10.
Será que o esquecimento vem da noite para o dia? Dificilmente. As prosperidades e a negligencia dos pais em transmitirem à geração seguinte as palavras e os feitos de Deus criaram um contexto favorável para a amnesia espiritual. Como pais deveriam ficar profundamente sensibilizados e preocupados diante do fracasso de Israel. Se os filhos daqueles que tiveram tantas experiências marcantes com Deus esqueceram-se dEle, como nossos filhos escaparão?
Como alcançar a vitória sobre a amnesia espiritual?
O tratamento preventivo consiste em tomar vacinas, isto é, injeções da Palavra de Deus recebidas dentro do lar. O cristianismo tipo “um ao dia” – uma breve oração antes das refeições, uma leitura bíblica diária ou até mesmo a frequência regular ao culto de domingo – não são suficientes para deter à imensa onde de pressão que incitam os jovens a abandonarem a fé. Deus pede mais que um interesse ritualista em Sua Palavra. Sua receita prescreve um interesse vivo na Pessoa dEle e requer espontaneidade e criatividade além de vida como cristão.
Este texto continua amanhã…..
Pastor Rogério Sinico é coordenador do Conselho Matrimonal da IEAD – Belém – Campo de Limeira (SP)