Certamente, não queremos ser palhaços “barateando” a Palavra de Deus. Mas não há nada de espiritual em cansar nossos filhos com a Palavra. A devocional familiar exige criatividade – aquela criatividade que vem do próprio Deus, Quem nos criou à Sua imagem e semelhança.
2º) Seja breve: em termos gerais, a devocional familiar deve durar de 5 a 10 minutos quando os filhos são pequenos. Se uma determinada ocasião ou ambiente for especialmente propicio, é possível estende-lo por mais tempo, mas deve ser uma exceção e não regra;
3º) Seja informal: Por anos, o termo “culto domestico” assusta alguns pais desnecessariamente. O culto doméstico não deve ser uma miniatura do culto público, formal, litúrgico e até algumas vezes, frio. A adoração familiar deve ser viva e, conforme Dt. 6:4-9, espontânea e natural. Ninguém ganha ponto com Deus pela formalidade. Nada se compara ao espirito de união que experimentamos ao nos acomodarmos no sofá com nossas crianças no colo, de pijama, para juntos cantarmos, orarmos e lermos a Palavra de Deus.
4º) Seja ilustrativo. Quem dirige a devocional familiar deve fazer uso de material audiovisual, dramatizações, ilustração historia e outras técnicas para tornar vivas as verdades bíblicas. É fato comprovado que aprendemos muito melhor, quando participamos do estudo bíblico com “Todos” os sentidos, e não somente com a audição. O próprio Senhor Jesus não ensinava nada aos seus discípulos sem contar uma historia (Mt.13:34). Se a repetição é a mãe da aprendizagem, o uso de ilustrações cativantes deve ser o pai!
5º) Seja prático. Um dos erros mais comuns no tempo devocional da família é a preocupação excessiva com o conteúdo, mas é deficiente com relação à aplicação. Em outras palavras, os pais ficam satisfeitos quando enchem o cérebro da criança com informações sobre a Bíblia e esquecem de atingir o coração para promover mudança de vida. A devocional bem-sucedida nunca termina antes de descobrir pelo menos uma aplicação prática para a vida de cada membro da família. Alguma mudança concreta nas vidas das pessoas deve ser o alvo de todo estudo bíblico: “Tornai-vos, pois, praticantes da palavra e não somente ouvintes” (Tg. 1:22)
Dr. Howard Hendricks conta a história do pregador inglês Richar Baxter. Durante 3 anos esse homem altamente capacitado por Deus pregou de todo o seu coração a um povo rico e sofisticado, mas sem resultados visíveis. Finalmente, Baxter clamou a Deus: “Senhor, faça algo por este povo ou então eu morro”. Conforme o relato do próprio pregador, foi como se Deus tivesse respondido em voz bem alta e fizesse a seguinte recomendação a ele: “Baxter, você está trabalhando no lugar errado. Está esperando que o avivamento venha pela igreja. Tente o lar. “Baxter começou a visitar os lares, ajudando famílias a organizarem um “altar familiar”, até que o Espirito Santo ateou fogo naquela congregação e fez dela uma igreja forte.
Andamos preocupados em nossos dias com o “avivamento e o reavivamento”. Mas será que estamos esperando que a igreja faça aquilo que deve ter inicio no lar? Será que estamos trabalhando no lugar errado, como se uma “experiência emocional” nos dessa espiritualidade instantânea? Ou será que o verdadeiro avivamento virá pelo esforço de pais dedicados ao treinamento espiritual dos filhos no contexto do lar? Os pais que amam a Deus de todo coração, transmite sua fé a próxima geração. Que Deus nos dê pais comprometidos em promover um avivamento que comece no lar cristão e de lá se espalhe para toda a igreja brasileira, chegando até os confins da terra. É a única maneira que temos de evitar a “amnesia espiritual.”
Trechos extraído do livro “Estabelecendo alicerces”, de Merkh, David J. Editora Hagnos.
Pastor Rogério Sinico é coordenador do Conselho Matrimonal da IEAD – Belém – Campo de Limeira (SP)