Há alguns cultos atrás fui surpreendida com um pensamento a respeito de nossa hipocrisia espiritual. No culto em questão estávamos no momento do louvor cantando: “Quero conhecer Jesus, quero conhecer Jesus…” Aquilo me incomodou.
Voltei pra casa e comecei a refletir na infinidade de louvores que entoamos muito animadamente nos cultos, até mesmo nas nossas casas ou dirigindo pelas ruas, tipo: “Só quero, só quero ver você, só quero, só quero ver você…” ou: “Mostra-me tua Glória, mostra-me teu rosto, mostra-me tua face amado meu…” e tantos outros.
Quando digo hipocrisia espiritual quero dizer que nos declaramos à Deus nas músicas, mas nossa vida não condiz com todo esse desejo de conhecer ou ver a Glória de Deus conforme cantados.
Imagine-se convidando para um jantar uma pessoa a qual você sente grande apreço e admiração. No dia do jantar você faz o seu melhor. Encomenda um lindo arranjo de flores para o centro da mesa. Coloca o seu jogo de jantar mais requintado, talheres que nunca são usados e suas taças de cristal. A comida? Você contratou um chef de cozinha renomado que preparou para o prato principal camarões e muitos frutos do mar . Uauuuuu! Você arrasou! Esse jantar será um sucesso! Só que não… no ponto alto do jantar, o convidado de honra rejeita o prato principal porque ele é alérgico à frutos do mar.
Triste e frustrante, né? Sabe porque isso aconteceu? Pois apesar das belas intenções você não conhecia o seu convidado, portanto, toda admiração e apreço não foram suficientes para honrá-lo.
Assim funciona nossa vida espiritual. Queremos conhecer Jesus sem gastar tempo com Ele. Almejamos ver a Glória de Deus sem termos convivência com Ele! Que soberba a nossa… Falamos sobre ver a face de Deus sem ao menos conhecê-lo verdadeiramente.
Para conhecer alguém é preciso ter muitas horas de convivência com essa pessoa. Tratando-se de Deus sabe como isso é possível? Através da oração. Não aquela oração superficial automática que fazemos antes de dormir, no ápice do nosso cansaço físico em que agradecemos o dia que passou e pedimos uma boa noite de sono. Também não através daquela oração “intercessória” própria, aonde pedimos alguma benção para nós mesmos ou para os nossos (não que pedir algo à Deus seja errado, não me leve à mal. Mas somente se relacionar com Ele para pedir, isso sim é muito errado.)
Falo de oração enquanto relacionamento. Conversas e mais conversas com Deus aonde falamos, mas também paramos para ouvi-lo. Sabe aquela namorada apaixonada que não vê a hora de estar com o namorado e gastar horas e horas conversando, olhando, conhecendo, sem nem ver o tempo passar? Este tipo de relacionamento o Senhor quer ter conosco através da oração.
O renomado autor Leonard Ravenhill em seu livro ‘Por que tarda o pleno avivamento’, escreve assim: “A estatura espiritual de um crente é determinada pelas suas orações. O pastor ou crente que não ora está desviando-se. O púlpito pode ser uma vitrine aonde o pregador exibe seus talentos. Mas no aposento da oração não temos como dar um jeito de aparecer”.
Ansiamos pelo avivamento, mas a maioria de nós se contenta com o avivamento do domingo à noite, ou dos dias de Congresso. Ledo engano amados do Senhor. Na história da Igreja os avivamentos chegaram quando o povo de Deus orava.
Precisamos voltar ao lugar da oração. Precisamos voltar ao relacionamento. Necessitamos ansiar pela Presença de Deus! Agora vai a pergunta: Quanto tempo você tem se dedicado a conhecer o Senhor?
Sobre a autora
Aline de Souza Lopes Bazan – Membro do Corpo de Cristo na Igreja Presbiteriana Independente de Rondonópolis, Coordenadora do Ministério Desperta Debora local.