Entender o que cada exame ginecológico detecta e quando é necessário procurar um médico para fazê-lo é fundamental para a prevenção de doenças e cuidado da saúde sexual e reprodutiva da mulher. O Dr. Lucas Franco de Oliveira, médico ginecologista do hospital Medical, preceptor da residência médica de ginecologia e obstetrícia da Santa Casa Limeira e cirurgião do ambulatório de cirurgia ginecológica do CASM lembra e explica a importância de alguns dos exames realizados em consultas ginecológicas de rotina.
Exame clínico ginecológico:
O que detecta?
Ao apalpar as mamas, o especialista pode descobrir nódulos, irregularidades, retrações, aderências da pele e secreções. Sob as axilas, verifica alterações no tamanho dos gânglios linfáticos. No pescoço, busca detectar saliências e aumento do volume da glândula tireóide. No exame pélvico de toque, pode-se avaliar a posição, mobilidade e tamanho dos órgãos genitais femininos internos, em especial do útero, ovários e trompas, assim como a presença de dor ou tumorações. A inspeção da vagina e do colo uterino deve ser feita através do exame especular, que pode apontar a presença de secreções normais ou que denotem uma infecção, e lesões suspeitas de câncer deste segmento.
Quando fazer?
Uma vez ao ano se não surgir nenhum problema. Do contrário, é necessário consultar o médico novamente.
Quais outros problemas ou sintomas devem levar a mulher a procurar o ginecologista antes de completar um ano da consulta?
– Mamas: aparecimento de nódulos, retrações, vermelhidão, secreção pelo mamilo e dor não relacionada ao ciclo menstrual.
– Dor abdominal predominantemente abaixo da cicatriz umbilical, relacionada ou não com a mestruação ou ato sexual.
– Sangramentos genitais durante a relação sexual, fora do período menstrual ou mesmo aumento do fluxo menstrual.
– Surgimento de secreção vaginal abundante, associada à coceira ou odor forte.
Mamografia:
O que detecta?
Câncer de mama e microcalcificações que podem evoluir para tumor maligno.
Quando fazer?
A partir dos 35 anos. Deve ser repetida anualmente a partir dos 40 anos.
Se a mulher tiver antecedentes familiares (mãe, tia, irmã) de câncer de mama, qual é a recomendação?
Cerca de 10% dos tumores malignos da mama tem herança familiar. Destacamos que o aparecimento do câncer de mama em familiares antes da menopausa e a ocorrência simultânea do câncer de ovário são informações importantes para considerar esta situação. Se existir uma história clínica sugestiva, deve-se iniciar a rotina de detecção precoce (mamografia) 10 anos antes da idade na qual surgiu o primeiro caso na família.
Papanicolau
O que detecta?
Infecções e lesões pré-malignas no colo do útero (este tipo de câncer está associado à infecção pelo Papiloma vírus). Outros fatores de risco são o tabagismo, a baixa ingestão de vitaminas, a multiplicidade de parceiros sexuais, a iniciação sexual precoce e o uso de contraceptivos orais.
Quando fazer?
Anualmente, a partir do início da vida sexual. Gestantes, durante o pré-natal.
Há outras recomendações para o papanicolau?
– Deve ser feito rotineiramente após o início da atividade sexual.
– Quando há sangramento genital de causa não-hormonal.
– Quando há secreção vaginal abundante.
– Quando há sangramento relacionado ao ato sexual.
– Para realizar controle em pacientes sabidamente com papiloma vírus ou lesões pré-malignas.
– Na investigação de lesões suspeitas no colo do útero.
Continua…..
Sobre o autor
Lucas Franco de Oliveira é Ginecologista Obstetra na empresa Santa Casa de Limeira e MEDICAL MEDICINA cooperativa assistencial de Limeira. Estudou na instituição de ensino centro universitário de Valença UNIFAA – RJ. Residente e domiciliado na em Limeira, ele é casado, membro e músico da Orquestra Maranata da IEAD – Belém – Campo de Limeira, no Templo Central.