Quão memorável é quando alguém externaliza o amor de Deus, quer através de um cuidado, de uma palavra reconfortante, uma escuta acolhedora ou uma oração restauradora!
Que possamos fazer mais isso! Mesmo porque em tempos de pandemia uma das maiores dificuldade das pessoas é como manterem a saúde mental quando tudo ao nosso redor simplesmente parece estar desabando?
É quando, inclusive, passamos a nos dar conta que na verdade não temos o controle de nada.
Se é que deveríamos ter? Pois, àqueles que assim escolhem viver de fé em fé, não ter o controle é justamente o desafio, não é mesmo? Afinal, a definição de fé é exatamente “a certeza daquilo que esperamos e a prova das coisas que não vemos” (Hb 11.1). Inclusive, nem sempre vamos conseguir confiar pelo que sentimos, há momentos que, como fez Abraão, confiaremos tão somente pelo que assim cremos, e isto pode significar crer até mesmo “contra a esperança” (Rm 4.18), mas que, por conseguinte, assim crer também lhe virá a ser “imputado como justiça” (Rm 4.3).
Este, possivelmente, tem sido um dos momentos mais difíceis na história de nossas gerações quanto à questão da saúde mental. É perceptível o impacto no número de pessoas que sofrem de ansiedade, a qual geralmente pode estar atrelada ao medo do futuro. E ao passo que devemos sim, ser realista com os fatos adversos que estamos vivenciando, ao mesmo tempo devemos “guardar o coração” (Pv 4.23) “não se atemorizando de más notícias”, mas sendo “a sua fé forte, confiante no Senhor.” (Sl 112:7)
Percebe-se, ainda, um grande número de pessoas que sofrem com depressão, a qual, por vezes, pode estar atrelada a questões dolorosas do passado. Então, “esquecer das coisas que para trás ficam e avançar para as que estão adiante, prossiguindo para o alvo” (Fl 3.13) poderia ser uma tentativa para superação. Mas, ainda que sua a mente insista em recorrer ao passado, então porque não trazer dele as boas memórias ao invés das ruins? Pois, como mencionou Jeremias em lamentações (3:21-24) “quero trazer à memória o que me pode dar esperança”, afinal “as misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim; renovam-se cada manhã. Grande é a tua fidelidade”. Pois, sua alma se deu conta que sua “porção é o Senhor”, então pode descansar e “esperar” em Deus, o que também é válido para nossos dias!
Mas, que também não há problema de, as vezes, não estarmos tão bem… ainda que “pressionados, mas não desanimados; perplexos, mas não desesperados; abatidos, mas não destruídos.”(2 Co 4:8,9).
Todavia, já se deu conta que aquilo que você pensa é o que sente? No livro de provérbios (23.7) diz “assim como você pensa na sua alma, assim você é”. Ora, se penso coisas negativas a meu respeito ou a respeito de outrem, certamente o sentimento para comigo ou para com as demais pessoas será ruim!
“Cristoincidência”, o apóstolo Paulo chama a atenção para “sede transformados pela renovação da vossa mente” (Rm 12.2). Então, quer mudar sua vida? Renove e mude seus pensamentos! O que, na verdade, nada mais será do que seguir um dos preceitos da palavra de Deus!
Em suma, até mesmo na pandemia, temos evidenciado fatores positivos relativos à saúde mental, dentre eles aprendizagens e o apego à fé.
Afinal, “a tribulação produz a paciência, e a paciência a experiência, e a experiência a esperança.” (Rm 5.3,4)
Sobre a autora
Daniele Mometti Braz é Psicóloga organizacional e clínica há 13 anos, teóloga pela Faculdade Metodista, docente no curso de Psicologia na Faculdade Anhanguera, Doutoranda e Mestre em Saúde Coletiva na Faculdade de Ciências Médicas Unicamp e membro da IEAD – Belém – Campo de Limeira.