Mais um ano se inicia e no topo da lista de objetivos para 2020 aparece o desejo da perda peso, ter uma alimentação saudável e continuar de “bem” com a balança. Porém, o que é mais importante: perder peso ou ser mais saudável?
A primeira coisa primordial que as pessoas precisam saber que mudar o estilo de vida vai exigir disposição para que os objetivos saiam do papel e se tornem realidade. Segundo a Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (ABESO), houve um crescimento no número de indivíduos com excesso de peso no Brasil e que mais de 50% da população está acima do peso (sobrepeso e obesidade).
Já a Organização Mundial de Saúde (OMS) faz uma projeção para 2025, quando cerca de 2,3 bilhões de adultos estarão com sobrepeso e mais de 700 milhões de pessoas serão obesas.
Mediante a todas essas informações fica a indagação: você sabe o que está comendo?
Uma das formas de classificação do alimento é quanto ao tipo de processamento que um produto sofre até chegar às prateleiras do supermercado. Os alimentos podem ser divididos em quatro tipos:
– Alimentos in natura: São alimentos oriundos de plantas ou animais que não sofreram modificações após saírem da natureza.
– Alimentos minimamente processados: São alimentos que passam por processos simples sofrendo alterações mínimas como remoção de sujidade e de partes não comestíveis, fermentação, pasteurização e congelamento. (Ex: hortaliças e frutas in natura congeladas e fracionadas, arroz, feijão, carne, leite, etc.).
– Alimentos processados: São alimentos in natura ou minimamente processados que sofreram adições de sal, açúcar, vinagre ou óleo e passaram por técnicas de fabricação como cozimento, salmoura e fermentação no intuito de gerar maior durabilidade ao produto. (Ex: conservas de legumes, queijos, extrato ou concentrados de tomate, frutas em caldas ou cristalizadas, geleias, etc.).
– Alimentos ultraprocessados: São alimentos que passam por várias etapas e técnicas de fabricação, possuem uma lista de ingredientes bem grande que é composta por produtos extraídos de alimentos in natura ou minimamente processados, além de produtos sintéticos como conservantes, corantes e outros. (Ex: guloseimas em geral, cereais matinais açucarados, mistura para bolos, margarina, barras de cereal, sopas prontas, temperos instantâneos, refrescos, refrigerantes, iogurtes e bebidas lácteas aromatizadas e adoçadas, produtos congelados e prontos para aquecimento, etc.).
Conhecendo a classificação dos alimentos, para uma alimentação saudável, é necessário diferenciá-los, principalmente, de “processados” dos “ultraprocessados”.
Mas como descobrir? Através da lista de ingredientes!
Alimento ultraprocessados possuem uma lista de ingredientes extensa, com a presença de cinco ou mais ingredientes e nomes incomuns como gordura vegetal hidrogenada, xarope de frutose, aromatizante, corante, etc.
Aqui vale um alerta sobre os ultraprocessados, pois induzem ao consumo excessivo de calorias, são ricos em sal, gordura, açúcares e possuem apresentações em tamanho família. Por ter um consumo fácil, pode ser ingerido em qualquer lugar dispensando o uso de talheres, pratos e mesas, causando distração para quem come e consequente consumo exagerado.
Os alimentos ultraprocessados são extremamente saborosos, o que induz o consumo compulsivo. Eles podem ser apresentados em forma de sucos, refrescos e refrigerantes, que além possuir “calorias vazias” acaba atrapalhando a percepção da saciedade.
Regra de Ouro: prefira sempre alimentos in natura, minimamente processados e preparações culinárias a alimentos ultraprocessados.
Sobre a autora:
Aline N. Carvalho Quezada é membro da IEAD – Belém – campo de Limeira e regente dos jovens e adolescentes da congregação do Jardim Vista Alegre, em Limeira (SP). Graduada em nutrição, atualmente atua nutricionista clínica no Ambulatório Médico de Especialidades do estado de São Paulo.